À medida que a temporada de festas se aproxima, muitos de nós nos vemos em um ciclo familiar: vasculhando prateleiras e lojas online, preocupados em encontrar o presente perfeito. Será que vão gostar? O presente será capaz de mostrar o quanto me importo? A pressão para acertar “na medida certa” muitas vezes pode ofuscar o verdadeiro espírito de presentear, e até nos levar a gastar além do confortável. Mas e se reformulássemos esse aspecto de dezembro e da correria das festas, adotando uma compreensão mais profunda do que o ato de presentear faz por nós — não apenas para quem recebe, mas também para quem presenteia?
Alerta de spoiler: é biológico!
Há também evidências de que dar impulsiona a saúde. Estudos mostram que diminui o estresse, reduz a pressão arterial e até aumenta a longevidade. Um estudo descobriu que os idosos que se voluntariavam regularmente tiveram um risco 44% menor de morte precoce do que aqueles que não se voluntariavam. O motivo? A generosidade promove um senso de propósito e pertencimento, ambos essenciais para o bem-estar mental e físico.
Não precisamos exatamente de estudos científicos para nos dizer que dar algo faz bem — todos sabemos disso. Fazer nossos entes queridos felizes é, por si só, um presente, mas isso também pode se tornar uma armadilha perigosa.
Apesar dos claros benefícios de dar/presentear, muitos de nós caem na armadilha do perfeccionismo. As agências de publicidade, as mídias sociais e os shopping centers nos condicionaram a pensar que o valor de um presente está em sua exclusividade, no quanto ele é surpreendente e talvez até em seu preço. Mas a ciência e provavelmente todas as nossas experiências pessoais contam uma história diferente. Realmente não é sobre o que damos — é sobre o pensamento, a conexão e o significado por trás disso.
Pense em um presente que realmente tocou você. Aposto que não foi um “objeto” grande e caro que abriu seu coração, mas algo profundamente significativo, incrivelmente atencioso ou até personalizado (os cartões feitos à mão pelos meus filhos quando eram pequenos estão entre os presentes mais especiais que já recebi — e ainda são!). Arrisco dizer que, mesmo quando você recebeu algo que não necessariamente adorou, ainda assim foi incrível, porque havia cuidado por trás disso.
Então, como podemos capturar o espírito de presentear genuinamente nesta temporada de festividades?
Os melhores presentes são aqueles que nutrem relacionamentos. Uma foto emoldurada de uma memória querida, um doce feito em casa ou até uma carta sincera pode significar mais do que qualquer item comprado em uma loja.
As experiências criam memórias duradouras e geralmente promovem conexões mais profundas. Considere presentear com uma aula de culinária, uma associação a um museu ou passar um dia juntos fazendo algo significativo.
Às vezes, os presentes mais impactantes não vêm em caixas. Tirar a neve da calçada de um vizinho, cuidar dos filhos de pais e mães ocupados ou preparar uma refeição para um amigo podem trazer tanta (ou até mais) alegria quanto um presente físico.
A temporada de festas é o momento perfeito para expandir nossa generosidade além do círculo próximo. Voluntariar-se, doar para uma causa ou participar de ações comunitárias não apenas ajuda os outros, mas também cultiva gratidão e um senso de propósito.
Quando deixamos de lado a ideia do presente "perfeito", desbloqueamos a verdadeira magia de presentear. Não se trata de impressionar os outros ou proporcionar a eles a melhor experiência de presente de suas vidas, mas de nos conectar com eles. É sobre o brilho de alegria em seus olhos, o calor dos momentos compartilhados e aquele efeito contagiante e eufórico da bondade. É isso que torna esta época do ano tão especial.
Nesta temporada, convido você a abraçar a ideia de presentear como uma oportunidade, não para provar a si mesmo, mas para celebrar o amor, a gratidão e a generosidade que as festividades devem inspirar em todos nós.
Lembre-se: não há absolutamente nada de errado em presentear nossa família ou amigos com presentes extravagantes. Mas também não há nada de errado em presenteá-los com peças de arte feitas à mão ou cartões-presente para a cafeteria favorita deles. Só você sabe o que faria com que as pessoas que você ama se sintam especiais e valorizadas, e posso dizer, pela minha própria experiência, que é esse sentimento de ser especial e valorizado que torna um presente realmente perfeito.